terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

texto sem título


Não basta amar…
É necessário ser dramático
Desesperado
E loucamente apaixonado.
Precisa ter aquela cara de atordoado de quem voltou à meninice e encontrou o que procurava. Ficar um pouco perdido viajando em lembranças que aconteceram pela manhã. Precisa ter saudade de apertar o peito, esvaziar o cérebro e causar dores lombares. Amor físico, químico, corporal... De quem já padeceu de saudade, da distância e da vontade louca de correr e dar um beijo. O amor não tem medida e só é morno quando não é amor.

Amor precisa ser carregado
Vai te deixar tonto
Desorientado…
E você pode estar há 50 anos casado
Que o mais-que-amor dura,
Inclusive no roubo do contador.


Amor não acaba por dinheiro, não tem preço nem se encontra em prateleira de liquidação. Tem que ter paixão! Não adianta ser comedido, ter medo de esgotar ou sufocar... Respiração, sopro de mar em concha de beira, contar deitado na grama uma-duas-três estrelas. Abraços de pernas, sorrisos de cantos e novamente... Respiração.

O amigo pode insistir
Que o amor basta…
E eu digo:
Se for só amor, acaba.


Amamos os amigos, os pais, os filhos os irmãos. Conseguimos amar a natureza, uma árvore, sorvete de chocolate e até a roupa de cama nova. Amamos porque gostamos, é fácil amar e desamar. E aí meu amigo... Entra a paixão, amar-paixão nunca é em vão é clichê dos bons, poesia de rima clara, rica e pobre, versos desapegados e colocados no bate-bate do peito, no arrepio do braço e sorriso de pentear cabelo olhando para o espelho.

Por que o desafio do amor
não é escutar eu te amo
Todos os dias
E sim
Não trocar o olhar apaixonado
Pelo olhar de “bom dia”.


E eu me apaixono todos os dias na hora do café, na preguiça da matina. Despertador apaixonado... Cuidado do outro, lembrança dos primeiros encontros e o arrepio que anuncia. Não te desejo bom dia e sim paixão... Pela nossa vida, pela rima de olhares. Desejo poesia.

Nenhum comentário: