terça-feira, 8 de junho de 2010

Minha alma gemea


Mais uma vez, eu não sei como começar isso aqui,
mas tudo bem.
Eu vou fazer do meu jeito,
vou libertar o fluxo de palavras
que passam desordenadas pela minha mente,
na espera de encontrar algum sentido nessa confusão toda.

Me sinto meio infantil, pensando isso,
mas tenho esperança de fazer algo útil com as palavras.
É nelas que eu encontro um refúgio;
é a elas que eu recorro quando não sei mais o que fazer;
é nelas que eu encontro a minha paz.
É o instrumento mais preciso que eu possuo.
Com apenas duas linhas eu consigo descrever,
o que eu demoraria horas pra dizer.

Na minha mente as palavras se misturam,
confundem, colidem...
São tantas que eu me perco.
Palavras que desaparecem
quando eu tento verbalizá-las,
mas que parecem não ter fim
quando ganham vida na escrita.

Escrevendo, passo a me conhecer a fundo.
Quando escrevo sobre mim,
acabo repensando minhas atitudes
me avaliando meticulosamente,
sempre descobrindo mais sobre a minha essência.
É assim que eu conheço as minhas falhas e as minhas virtudes.
É dessa forma que eu descubro o que eu gosto e o que não gosto;
o que é bom e o que faz bem;
o que é fácil e o que é certo.
É como se eu me visse pelos olhos de outra pessoa.
Ou talvez não, já que ninguém me conhece o suficiente.
Afinal, acho que nunca serei capaz de me abrir com alguém,
como faço quando escrevo.

Tenho a escrita como meu amante,
com toda aquela baboseira de ser você mesmo com este alguém.

Acho que eu encaro mesmo a escrita como a minha alma gêmea.
Aquela que nunca vai me abandonar;
aquela pra quem eu conto o que há de mais sujo e doentio em mim;
aquela a quem eu conto tudo que eu não contaria a mais ninguém;
aquela que não me julga,
Aquela que apenas ouve;
Que permite que eu me expresse
sem ligar pra o que vão pensar de mim;
que permite que eu aja sem pensar;
que permite que eu seja apenas eu.

Sem máscaras,
sem truques.

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