terça-feira, 8 de junho de 2010


E ali, sentada no chão frio do seu quarto, agora mais do que nunca, ela se sentia só.
Não que fosse alguma novidade. Agora ela sentia-se só, em todo lugar.
Não importava onde, ou com quem estivesse, o sentimento era sempre o mesmo: solidão. Sempre completa e totalmente sozinha.
Quanto estava só, queria companhia; quando tinha companhia, queria ficar só.
E ninguém entendia isso. Não que houvesse alguém preocupado em entender.
Todos haviam lhe virado as costas quando ela mais precisava. E ela nem ao menos sabia explicar como se sentia.
Tolas promessas vazias, ecoavam fundo na sua memória.
Ecos distantes, do que um dia já foi uma verdade; mas que agora, não passavam de uma lembrança.
Palavras ditas em vão, agora eram retiradas, timidamente, pouco a pouco. E no fim, só lhe restava a companhia da sua própria solidão.
A nostalgia trazia as tão distantes lembranças do fim de uma tarde qualquer, de uma tarde feliz. Tardes que eram tão comuns.
Na época, os dias eram sempre agradavelmente parecidos: o sol se dissipando, ainda assim trazendo um calor agradável, pelos intervalos entre as árvores; as vozes altas, entoando canções desafinadas, brincadeiras descontraídas, comentários alegres...
Ali, no meio de todos que tornavam sua vida completa, ela se sentia em casa.
Mas agora só restava o silêncio e a escuridão.
E essa cruel nostalgia, agora batia forte e fazia querer voltar no tempo pra reviver aquela época, onde tudo parecia correto; onde tudo parecia estar no seu devido lugar;
Onde sua vida ainda fazia algum sentido.

Nenhum comentário: