sábado, 19 de dezembro de 2015

E a intensidade invadiu aquela porta vestida de carne. Derrubou alguma chave estranha de cautela do lado de fora e invadiu a alma. Não que a alma estivesse desavisada, é simplesmente o fato de sermos mundanos e lindos. 

Um carinho fez elo e morada. Tal qual uma amizade antiga, esquecida pelo tempo e experiências. Havia algo a mais naquele encontro. Poderíamos chamar sim, agora, de reencontro. Ele às vezes queria apenas colocá-la para dormir contando suas histórias caladas. Carinho...

Mas existe fome também. Autofagia e polifagia. Um desejo de comer por todas as bordas, ângulos e formas. Sem pudor, sem pensar, promiscuamente aos olhos dos imorais tatuados de doutos. Impossível pensar e não salivar. Salivo todos os poros ao escrever isto. 

A liberdade de ir e vir. De fechar e abrir. De ser apenas o que se é. De se declarar corrupto e corruptível e nada mudar. A liberdade de exorcizar cargas e devorar orgasmos. Um delivery de opções. Eles. 

Seriam estes ingredientes sinal de amor? Talvez, no contrabando manipulado de sentimentos que se enxerga nos recalcados, neste mar de caos... Ter a intensidade, carinho, fome e liberdade seja um rascunho de amor. E então eles se amam por isso, e que se lasque a inveja dos anjos.

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